Mariana Ulyssea é perita criminal da Polícia Científica do Paraná há 10 anos. Em agosto, ela participou do Curso de Análises de Novas Substâncias Psicoativas, realizado pelo Serviço de Perícias em Laboratório (SEPLAB) do Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília. Mariana conta que, desde então, a rotina das análises em novas drogas no estado mudou completamente.
“Curitiba tem uma posição estratégica e é rota de entrada de drogas no Brasil. Lá, nós temos a central de distribuição dos Correios e também estamos perto da fronteira do Paraguai. Então, nós temos uma demanda muito grande de novas substâncias psicoativas. Por isso, o curso foi muito útil para a nossa rotina de trabalho”, explica.
A perita criminal destaca que ao voltar para Curitiba se dedicou durante algumas semanas à implementação das metodologias aprendidas no treinamento e logo colocou em prática. “Implementei rotinas novas no meu laboratório e fico feliz por estarmos padronizados com as técnicas utilizadas pela PF. Já sabemos o caminho das pedras para analisar essas novas substâncias e, realmente, o processo ficou mais fácil e ágil”, garante Mariana.
Na avaliação dela, o intercâmbio entre a perícia criminal da Polícia Federal e os Estados é fundamental para o fortalecimento da criminalística. “É muito importante esse trabalho em conjunto. A interação entre as polícias é necessária, porque o nosso objetivo é único: combater a criminalidade”, diz.
Coordenadora do curso, a perita federal Mônica Paulo pondera que novas edições de treinamentos sobre novas substâncias psicoativas estão sendo preparadas. Os cursos são fruto de uma parceria entre Polícia Federal, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) e Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
Segundo Mônica, a capacitação é essencial para que o perito criminal forneça a identificação inequívoca de novas drogas. “Essas substâncias já estão em circulação há alguns anos no Brasil e normalmente o primeiro a informar sua presença em âmbito nacional é o perito criminal. É o perito que realizará as análises, e ele precisa estar atualizado sobre o tema, até mesmo para ter condições de alertar a Anvisa, o Sistema de Saúde Pública, os Observatórios de Drogas, os Sistemas de Alerta e, ainda, auxiliar nas políticas públicas do país”, destaca Mônica.