A perícia criminal federal teve importante representação no encontro mundial do grupo de trabalho da Interpol sobre crimes contra a fauna e flora silvestres. O evento ocorreu de 25 a 27 de novembro e reuniu policiais de todo mundo para discutir as principais estratégias globais de proteção à biodiversidade. Mais de 400 pessoas de 91 países participaram, incluindo representantes de governos, sociedade civil, academia e setor privado.
Único palestrante brasileiro no evento, o perito criminal federal Rodrigo Mayrink abordou o tema “Isótopos Forenses para o Rastreamento do Comércio Ilegal de Animais Silvestres. Ele comandou a apresentação de abertura de um painel do evento inteiramente dedicado a inovações em ciências forenses aplicadas a investigações de tráfico de animais e madeira.
Na oportunidade, ele apresentou um panorama da atuação da perícia criminal federal em crimes contra a fauna e flora, além da implementação do LANIF (Laboratório Nacional de Isótopos Forenses) e da constituição da rede de instituições parceiras. Falou ainda das ações de capacitação que vêm sendo realizadas sobre o tema e dos principais casos em que a nova tecnologia pericial já foi empregada no Brasil.
“Apesar de já ser utilizada em muitos países, em áreas tais como o tráfico de drogas, crimes contra a vida e pessoas desaparecidas, a técnica isotópica ainda é bastante incipiente na rotina pericial dos crimes ambientais, especialmente de fauna e flora. Pelo que pudemos ver, nenhum país do mundo tem hoje uma estratégia tão arrojada como o Brasil nesse sentido. Os isótopos já estão incorporados nos nossos laudos, e já contabilizamos dezenas de apreensões em que coletamos amostras para o banco de dados nacional. Isso trará um enorme potencial de resolução de novos casos em um futuro bem próximo”, afirmou Rodrigo Mayrink.