Com recorde de inscritos, o 3º Workshop Nacional de Isótopos Forenses foi marcado pela multiplicação do conhecimento. O evento, que ocorreu de forma virtual entre os dias 9 e 13 de agosto, contou com 11 eventos paralelos: oito minicursos, a plenária principal, além do 1º Encontro Renif Jovem e quatro grupos de trabalho. Ao todo, mais de 900 pessoas participaram do seminário.

O workshop é organizado pela Rede Nacional de Isótopos Forenses (Renif) e tem o apoio institucional da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) desde sua idealização, em 2019. Com o tema “Consolidando as bases da isotopia forense brasileira”, passaram pelo evento participantes e palestrantes do Brasil e mais de seis países, entre peritos criminais federais e estaduais, pesquisadores, estudantes e demais profissionais atuantes no ramo da ciência isotópica.

O presidente da APCF, Marcos Camargo, foi um dos convidados de honra da mesa de abertura do seminário e reforçou a importância do investimento cada vez maior em instrumentos científicos de combate ao crime. “A ciência é uma das melhores ferramentas para atacar o cerne da criminalidade. Isso está mais do que comprovado. A isotopia forense, apesar de ser uma área nova no Brasil, já vem mostrando resultados expressivos. Toda iniciativa que colabore pelo avanço do país é bem vinda e necessária”, destacou.

O uso de isótopos nas investigações representa uma das mais avançadas tecnologias na análise de vestígios criminais. Por meio da análise atômica é possível determinar características nas provas que seriam difíceis de serem detectadas com outras técnicas. Depois dos primeiros laudos utilizando essa técnica, em casos de repercussão nacional, o evento demonstrou na prática os esforços dos profissionais da área para que a ferramenta seja ainda mais difundida no país.

Para a presidente do evento e diretora da Renif, a perita criminal Cristina Barbieri, o objetivo do workshop foi cumprido. “Talvez o maior sucesso do evento, além da qualidade das palestras, da inspiração dos jovens pesquisadores, do sucesso de público e da estruturação prática da rede por meio dos grupos de trabalho, tenha sido o clima de congraçamento, a demonstração de boa vontade e foco no desenvolvimento científico das ciências forenses por meio das análises isotópicas”, afirmou.

Uma das novidades desta edição foi o 1º Encontro Renif Jovem, organizado e destinado a jovens pesquisadores da ciência isotópica forense. Entre os destaques do encontro está a Aula Magna do professor Luiz Martinelli, um dos pilares e idealizadores da rede. Além disso, durante a semana, o evento contou com atividades dos grupos de trabalho abrigados pela rede e que visam estruturar a ciência isotópica no país. Outros palestrantes de destaque foram os professores Richard Paul Philp, da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos, e Alejandra Figueroa Carvajal, perita criminal da Polícia de Investigações do Chile.

O 3º Workshop Nacional de Isótopos Forenses teve ainda o apoio da Polícia Federal, por meio do Laboratório Nacional de Isótopos Forenses (Lanif).