O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos Camargo, participou da cerimônia de lançamento do estudo sobre uma nova droga sintética, na 6ª feira (24/1), no Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A publicação “Nitazenos – sumário executivo: caracterização e presença no Brasil” contou com a participação da perita criminal federal e diretora da entidade Mônica Paulo.

Camargo destacou o papel da perícia criminal no desenvolvimento do estudo. “A publicação é muito importante. As medidas apresentadas no estudo buscam usar o desenvolvimento científico num trabalho de prevenção à produção de drogas e ainda conta com a participação de peritos criminais federais”, ressaltou.

O objetivo do estudo é informar e apoiar a formulação de ações e desenvolver políticas de prevenção e de mitigação, baseadas em evidências, para reduzir os danos e os riscos associados ao uso de nitazenos. Além de fomentar o desenvolvimento de novos estudos na área, subsidiar a formulação de políticas e ações fundamentadas em evidências e oferecer informações relevantes para a sociedade em geral.

Diretora da APCF, Mônica Paulo apresentou um histórico dos nitazenos dentro da PF, fazendo uma contextualização com os canabinoides sintéticos e as apreensões feitas pela instituição. “Nós gostaríamos que o observatório de drogas se estabelecesse como local de segurança de informações corretas sobre drogas, baseados em evidências”, declarou.

A secretária nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos do MJSP (Senad), Marta Machado, elogiou o trabalho da perícia, ressaltando sua importância na prevenção. “A produção do relatório foi feita de modo bastante colaborativo e é uma estratégia importante para estarmos preparados, como país e gestores de políticas públicas, para problemas que podem se tornar mais contundentes no futuro.” A secretária ainda esclareceu que as informações toxicológicas no país não têm uma uniformidade no seu registro e, por isso, a parceria entre a PF e as perícias estaduais são muito importantes para a Senad.

O diretor Técnico-Científico substituto (Ditec) da PF, Carlos Eduardo Palhares, reafirmou a necessidade da integração entre os organismos para a produção de um conhecimento de qualidade. “Uniremos esforços com a Senad por meio de um projeto, para que consigamos produzir informação a todas as pessoas”, declarou o Ditec, que vê grande importância no papel da Senad em estar à frente de políticas públicas mais assertivas e baseadas em evidências.

A obra apresenta o cenário internacional e discute o tema em âmbito nacional, com base em revisão bibliográfica e dados de laboratórios de química e toxicologia forense do Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal, dos Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) e de grupos de redução de danos associados ao uso de drogas no Brasil.

O documento foi elaborado pelo Centro de Estudos sobre Drogas e Desenvolvimento Social Comunitário (Cdesc), uma parceria da Senad, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).