As novas substâncias psicoativas são uma realidade no Brasil e representam um risco significativo para a saúde pública. Cientes disso, peritos criminais federais e profissionais da criminalística dos Estados participaram de curso sobre o tema em Brasília. A capacitação, promovida pelo Serviço de Perícias em Laboratório (SEPLAB), aconteceu no Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal de 5 a 9 de agosto.
Coordenadora do curso, a perita criminal federal Mônica Paulo afirma que o treinamento em análises de novas substâncias psicoativa é essencial para que o perito criminal forneça a identificação inequívoca da droga. "Essas substâncias já estão em circulação há alguns anos no Brasil e normalmente o primeiro a informar sua presença em âmbito nacional é o perito criminal. É o perito que realizará as análises, e ele precisa estar atualizado sobre o tema, até mesmo para ter condições de alertar a Anvisa, o Sistema de Saúde Pública, os Observatórios de Drogas, os Sistemas de Alerta e, ainda, auxiliar nas políticas públicas do país", destaca Mônica.
Participaram do treinamento cerca de 20 peritos criminais, que contou com aulas teóricas e práticas. Para o perito criminal da Polícia Civil de Minas Gerais Pablo Marinho, a troca de experiências entre a criminalística federal e estadual fortalece o trabalho em prol do combate ao crime. "Cada estado tem uma realidade, tanto em termos de infraestrutura quanto de desafios de amostras. Então, essa é uma oportunidade de entender melhor como os laboratórios das polícias trabalham. Com essa experiência compartilhada, podemos voltar para os nossos estados e propor melhorias nas nossas análises, para atuarmos até mesmo de forma mais efetiva e harmonizada", pontua Marinho.
Uma das professoras do curso, a perita criminal federal Luíza Brandão, que teve suas primeiras experiências em análise de drogas quando estagiava no INC, destaca a importância das capacitações para o desenvolvimento profissional. “A busca por novos conhecimentos é fundamental para que possamos realizar com eficiência o nosso trabalho na identificação das novas substâncias psicoativas. Esse curso é uma das poucas oportunidades que temos de nos reunir com profissionais de diversos estados com realidades diversas. É um momento de compartilhar vivências e conhecer sobre os desafios que cada um enfrenta na identificação destas novas drogas.”