Erich Adam, diretor da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), foi um dos convidados do Correio Debate, promovido pelo jornal Correio Braziliense, que teve como temática “Caminhos do Ouro”. O evento, que ocorreu nessa 3ª feira (16/5), contou com a presença de especialistas, autoridades e profissionais do segmento.

Erich afirmou que, para rastrear de modo eficaz a produção e comercialização do ouro, as autoridades fiscalizadoras precisam entender a natureza do mercado do metal. Ele definiu o ouro como “mineral de conflito” e que normalmente é usado para financiar embates e explicou que sempre que o ouro se valoriza há uma explosão no número de garimpos nas terras indígenas.

O chefe do Setor de Perícias em Geologia da PF diz ser necessário que se faça uma classificação dos mineiros, assim como acontece nos Estados Unidos, que possuem a lista 3TG e as empresas são obrigadas a declarar a origem desses minerais.

Ele alertou ainda que, com a guerra na Ucrânia, a tendência é o ouro se valorizar, o que, consequentemente, fará crescer a quantidade de garimpos ilegais e entende que é fundamental as instituições responsáveis pela fiscalização brasileira determinarem um conceito para combater a criminalidade de forma organizada.

“A gente precisa entender o que cada processo minerário, o que cada distrito geológico tem de potencial, para saber qual é a perspectiva futura desses depósitos. Acho que é o momento de trazer esse debate para a nossa legislação porque não temos essa classificação de mineração de conflito no nosso regramento”, observou.

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