Em painel temático do 6º Seminário Nacional de Juízes, Procuradores, Promotores e Advogados Eleitorais (SENAJE), nesta 4ª feira (22/7), o diretor da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) Evandro Lorens afirmou que o Brasil precisa adotar e fortalecer estratégias de enfrentamento à desinformação. “Antes de tudo, é preciso fazer escolhas éticas em sua própria vida digital e cobrar ética das empresas fornecedoras de bens e serviços”, disse.

O evento é realizado anualmente pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e, por conta da pandemia, aconteceu pela primeira vez em formato virtual. O SENAJE tinha como objetivo discutir as eleições brasileiras sob o olhar dos principais nomes do meio jurídico e especialistas.

Durante sua exposição, Lorens ressaltou questões que, segundo ele, tem prejudicado o combate à desinformação no país. Entre elas, as fake news, as manipulações com viés político e ideológico, a popularização das deep fake e o uso de robôs para levantar tags e replicar notícias falsas. “Diante deste cenário atual, a educação digital se mostra cada vez mais essencial. Também precisamos interagir com parlamentares, propor e pressionar por legislações, regulação governamental ou autorregulação ética das plataformas”, reforçou o perito criminal federal.

Evandro Lorens também defendeu um esforço global de combate a esse fenômeno e apontou soluções. “É fundamental colocar em práticas métodos eficazes, como responsabilizar abusos e corresponsabilizar judicialmente as plataformas de mídias sociais, cobrar maior transparência, opção pela ética e uso da tecnologia para intervenção na disseminação de notícias falsas e discursos de ódio. Além disso, exigir a colaboração das plataformas de mídias sociais com a academia para o desenvolvimento de pesquisas e avaliação de intervenções”, afirmou

O diretor da APCF dividiu a mesa de discussão com o cofundador e diretor do MCCE, Luciano Caparroz Pereira Santos; o cofundador do Instituto Tecnologia & Equidade, Thiago Rondon; e vice-presidente executivo da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP), Márcio Humberto Gheller.