O vice-presidente da APCF, Luiz Spricigo Jr., participou nesta sexta-feira (24/10) do encontro técnico para discutir os avanços e aspectos operacionais do Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB) e do Banco Nacional de Perfis Balísticos (BNPB), que ocorreu na Superintendência Regional da Polícia Federal na Paraíba (SR-PB). O evento, que contou com o apoio da entidade, foi organizado pelo Setor Técnico-Científico (Setec-PB) e reuniu autoridades, especialistas e peritos criminais para debater a integração dos sistemas às investigações policiais.

“É um orgulho estar aqui e ver o desenvolvimento que o SINAB teve nesse período. O Sistema é um dos grandes exemplos de evolução científica em favor da segurança pública. O trabalho desenvolvido em termos de pesquisa e análise foi fundamental para alcançarmos o nível de excelência que temos hoje”, afirmou Spricigo. Segundo o vice-presidente da APCF, a evolução “passa pelo conhecimento científico e técnico, aliado à compreensão jurídica necessária para resolver os desafios do dia a dia”.

O superintendente da Polícia Federal na Paraíba, Carlos Henrique de Souza, também destacou a importância da integração e do aperfeiçoamento contínuo. “Temos reforçado a necessidade de aprimorarmos cada vez mais o nosso trabalho técnico”, disse.

Compuseram ainda o evento o chefe do Setec-PB, perito criminal federal Cezar Silvino; a delegada da Polícia Civil da Paraíba, Wládia Holanda; o administrador estadual do SINAB-PB, Alfredo Guilherme Teixeira Mendes; e o promotor do Ministério Público da Paraíba, Uirassu de Melo Medeiros, coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias Criminais e das Execuções Penais.

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Programação
Durante o encontro, foram debatidos temas como a importância da prova pericial balística para a aplicação da lei penal, as características e resultados do SINAB e do Banco Nacional de Perfis Balísticos, as aplicações práticas e correlações realizadas no âmbito da Paraíba, além da análise de casos de integração dos sistemas em investigações de homicídios.

Entre os destaques, esteve a palestra do perito criminal federal Lehi Sudy, chefe do Serviço de Perícias em Balística do Instituto Nacional de Criminalística (INC) e um dos idealizadores do SINAB. 

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Balística contra o crime
Instituído pelo Decreto nº 10.711/2021, o SINAB integra todas as unidades da Federação e a Polícia Federal, permitindo a comparação automática de projéteis e estojos coletados em cenas de crime ou apreendidos de armas, para identificar se foram disparados pela mesma arma de fogo. Já o BNPB é o banco de dados onde esses perfis são armazenados e comparados, possibilitando correlacionar crimes, elucidar a autoria e auxiliar no planejamento de políticas públicas de segurança.

O encontro teve como objetivo expor as características operacionais do SINAB e do BNPB, apresentar os resultados obtidos desde a implantação no país e no estado da Paraíba, além de aprimorar a integração operacional e pericial para padronizar os procedimentos de encaminhamento de vestígios e padrões para cadastro no banco.

Destaques da Paraíba
A Paraíba tem se destacado nacionalmente no uso do SINAB, figurando entre os estados com maior volume de inserções e resultados no sistema. Até junho de 2025, mais de 4.500 elementos de munição haviam sido cadastrados no banco — sendo cerca de 1.600 provenientes de locais de crime e 1.520 padrões de armas apreendidas — o que coloca o estado em 7º lugar no ranking nacional de inserções.

Além disso, foram registradas 553 ligações balísticas (HITs), correspondendo ao 4º maior número do país, reflexo da intensa atuação dos peritos locais e da integração com a Polícia Civil. Os resultados têm contribuído diretamente para a elucidação de crimes violentos, especialmente homicídios, com destaque para casos de correlação interestadual entre ocorrências na Paraíba e investigações no Rio Grande do Norte.

Um dos exemplos mais emblemáticos ocorreu na Baía da Traição, onde vestígios balísticos encontrados em uma ossada foram inseridos no banco e resultaram em matches com armas envolvidas em homicídios em Natal (RN). A investigação cruzada levou ao indiciamento de suspeitos em ambos os estados, demonstrando o potencial do SINAB para desarticular organizações criminosas com atuação interestadual.

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