Entidades de classe e a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público lançaram nesta 3ª feira (15/10), na Câmara dos Deputados, um estudo sobre a reforma administrativa proposta pelo governo federal. O documento visa a desmistificar questões como “O Estado é muito grande e a máquina pública está inchada” e “As despesas com pessoal da União são muito altas e estão descontroladas”.
A proposta de reforma do governo prevê um possível fim da estabilidade para futuros contratados, redução de salários e benefícios e demissão por insuficiência de desempenho. A publicação da Frente destaca que há equívocos nas estatísticas divulgadas por entidades nacionais e internacionais, como o Banco Mundial, sobre a necessidade de rigoroso enxugamento nas despesas.
Marcos Camargo, presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), participou do evento de lançamento do documento. Ele ressaltou dados da Polícia Federal que mostram que a cada R$ 1,00 investido na instituição, R$ 3,62 retornam aos cofres públicos. “Isso prova que segurança pública, por exemplo, é um investimento e não um gasto. Um dos principais motivos do sucesso das investigações da PF é a capacitação dos seus servidores. Serviço público de qualidade e valorizado é retorno para a sociedade.”
“Entre os equívocos dos que defendem um enxugamento drástico do Estado, está a afirmação de que, em comparação a outros países da OCDE, o Brasil tem excesso de servidores, que são caros e recebem grandes benefícios”, destacou o coordenador do grupo parlamentar, deputado Professor Israel (PV-DF). “O corte de gastos não pode ser justificativa para o desmonte do serviço público no nosso país”, afirmou ainda.