A comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as obras públicas inacabadas no país realizou, na 4ª feira (20/11), audiência pública sobre as obras inacabadas no setor de transportes. O perito criminal federal e assessor especial do Ministério da Infraestrutura Alan Lopes foi um dos expositores.
Estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram que o setor corresponde a aproximadamente 20% das obras paralisadas no Brasil. Engenheiro de formação, Alan destacou o “Paradoxo dos Megaprojetos”, teoria do professor de Oxford Bent Flyvbjerg, que explica por que obras complexas continuam apresentando os mesmos erros, apesar da experiência adquirida ao longo dos anos.
“É uma consequência do excesso de otimismo dos gestores, dos políticos, dos empreendedores, dos financiadores e dos construtores. É o que causam os atrasos e sobrecustos que, porventura, causam a paralisação de obras. Nesse caso, é preciso agir rapidamente”, disse.
O perito federal ressaltou ainda que, além de uma boa gestão, é necessário uma boa estimativa de custo e de prazo. Para alcançar esse objetivo, ele disse que o Ministério da Infraestrutura tem investido no fortalecimento do corpo técnico, na prevenção à corrupção e na racionalização dos processos.
“As estratégias voltadas às obras que estão em andamento ou futuras são atrair o capital privado, firmar parcerias com Estados e Municípios e evitar a pulverização de recursos em diversas obras ao mesmo tempo, mantendo o foco nas obras mais plausíveis de serem executadas”, ponderou Alan. “Instauramos a priorização de empreendimentos e reduzimos um universo de 705 obras para 202. Com foco e poder concentrado, assim esperamos beneficiar o maior número de pessoas possíveis em menos tempo”, concluiu.
Também participaram da audiência pública representantes da Associação Brasileira de Concessões Rodoviárias (ABCR), da Associação Nacional de Transportadores Ferroviários (ANTF), da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).