A capital mineira sediou, de 7 a 9 de fevereiro, o 3º Workshop Mineiro de Ciências Forenses. O evento, que ocorreu na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), teve como destaque a presença de peritos criminais federais, além de peritos dos estados, estudantes, professores e pesquisadores da área de ciências forenses.

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) foi apoiadora do encontro. A programação do evento contou com mesas-redondas, palestras, minicursos, exposição de equipamentos, apresentação de trabalhos na forma de pôster, além do intercâmbio de informações entre os participantes e convidados.

Além de ministrar palestra, o diretor da APCF Alexandro Mangueira Lima de Assis representou a entidade na mesa de abertura do evento. “É sempre muito engrandecedor encontrar colegas de trabalho, amigos, pessoas tão capacitadas na pesquisa aplicada às ciências forenses, que proporciona sempre um grande retorno social, de modo geral. Nós, enquanto peritos criminais, nos deparamos com problemas na nossa rotina de trabalho e precisamos buscar por soluções metodológicas para entregar a prova de forma robusta para a investigação e para a justiça”, destacou o perito criminal federal.

Mangueira também ressaltou a importância da combinação da perícia oficial com a Academia. “É fundamental. Então a perícia traz essas questões, esses problemas, e a Academia surge como uma grande provedora de soluções. Não existe pesquisa em ciências forenses sem essa interação. A APCF, mais uma vez, apoia o engrandecimento da categoria e das ciências forenses como um todo”, declarou.

A anfitriã do workshop, Isabela Pordeus, pró-reitora de Pós-Graduação da UFMG, fez a abertura inicial e reafirmou a importância de realizar eventos em parceria com demais órgãos. A superintendente da Superintendência da PF em Minas Gerais, Tatiana Alves Torres, também fez parte da mesa e enfatizou a importância do trabalho feito pelos peritos oficiais.

“O trabalho da perícia é de grande relevância, porque muitas vezes é o trabalho técnico, que por meio da perícia, pode responsabilizar – seja por dolo ou a culpa – o autor de um fato criminoso. Espero que futuramente a gente possa fazer essa união entre colegas investigadores e a parte técnica. Trazer a investigação para conhecer um pouco mais do trabalho feito por vocês”, afirmou Tatiana.

A abertura do evento contou ainda com a participação do diretor do Instituto Nacional de Criminalística (INC), perito criminal federal Carlos Eduardo Palhares. “Que possamos encontrar a aplicabilidade da ciência para resolver questões importantes para a nossa sociedade. De nada vale a criminalística, senão para uma finalidade eu é para atender o público, atender a sociedade, e normalmente naqueles momentos que as pessoas mais precisa, quando ele tem um bem violado ou às vezes a própria vida de algum familiar, ou alguma outra situação que cabe ao Estado amparar”, disse.

A mesa de honra teve ainda a participação do presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), Paulo Sérgio Lacerda Beirão; da perita criminal da PCMG, Daniela Caldas, representando o superintendente de Polícia Técnico Científica de Minas Gerais; do vice-presidente do Conselho Regional de Química da 2ª Região, Luiz Rodrigues Pereira; e da coordenadora da Rede Mineira de Química e representante da comissão organizadora do evento, Clésia Cristina Nascentes.

Segundo o perito criminal federal Marcus Vinícius de Oliveira Andrade, da comissão organizadora do evento, o objetivo foi montar uma programação inovadora, capaz de transpor as barreiras científicas. “Em tempos em que a informação é recebida de formas distintas e muitas vezes controversas, saber diferenciá-la do que é conhecimento é fundamental para as ciências forenses. Todo o conhecimento gerado na análise pericial deve auxiliar o processo de tomada de decisão no processo de investigação e aplicação da justiça. Assim, o tema do nosso evento remete a esta reflexão: conectar ciência, tecnologia e inovação.

Peritos federais de diversas áreas palestraram durante o evento. Entre as temáticas discutidas no workshop estavam crimes sexuais, crimes cibernéticos, toxicologia e desenvolvimentos de vacinas terapêuticas para dependência de cocaína, balística forense, antropologia, crimes ambientais, fraudes em alimentos, entre outros.