A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) marcou presença no 27º Congresso Nacional de Criminalística, realizado de 10 a 13 de setembro em São Luís (MA). Durante o evento, além de participar da cerimônia de abertura, o presidente da entidade, Willy Hauffe, ministrou uma palestra sobre explosivos e fez parte de um debate na mesa redonda sobre a autonomia da perícia.

A palestra de Hauffe, intitulada “Perícias de Explosões em Artefatos Explosivos no âmbito Federal”, destacou a importância da integração entre os órgãos envolvidos nesse tipo de ocorrência para uma atuação mais eficaz. “Falamos da casuística da Polícia Federal e da relevância da colaboração entre as diferentes entidades para melhorar o desempenho em suas respectivas funções”, afirmou Hauffe, que expressou sua satisfação por ver o tema retornando ao Congresso.

O evento, promovido pela Associação Brasileira de Criminalística (ABC), contou com uma programação diversificada, incluindo minicursos e palestras ministradas por peritos criminais federais, peritos criminais estaduais, pesquisadores, promotores de justiça, professores, psicólogos, médicos-legistas, palestrantes internacionais, representantes de diversas instituições e entusiastas. Ao longo dos quatro dias de evento, os participantes tiveram a oportunidade de debater e compartilhar conhecimentos técnico-científicos, visando o aprimoramento da perícia e do sistema de justiça nacional.

Na mesa redonda, Hauffe discutiu a autonomia da perícia com Marcos Antônio Contel Secco, presidente da ABC; Luiz Rodrigo Grochocki, diretor-geral da Polícia Científica do Paraná; e Ladislau Brito Santos Júnior, diretor da ABC.

Além de estratégias para a aprovação da PEC 76/2019, foram abordadas as dificuldades enfrentadas pelos peritos no Brasil, como limitações estruturais, enfraquecimento da perícia e desrespeito à sua importância. Hauffe destacou que a resolução desses problemas depende da garantia de autonomia técnica, científica, funcional e administrativa para a perícia.

Durante o congresso, o presidente da APCF também aproveitou a oportunidade para realizar uma visita institucional ao Setor Técnico-Científico do Maranhão.

Os temas abordados pelos peritos criminais federais foram:

Minicursos

  • Perícia em Local de Desastres – Alexandre Deitos
  • Perícia de Incêndio em Edificações – Carlos Alberto Trindade
  • Aquisição de projéteis deformados e uso avançado do Match Point no Sinab – Lehi Sudy Dos Santos
  • Potenciais e Limitações de exames periciais em documentos digitais e digitalizados – Erick Simões e Priscila Dias Sily
  • Cálculo de Velocidade com o Software Peritus – Daniel de Oliveira Cunha
  • Noções básicas de Perícia Digital – Evandro Dalla Vecchia

Painel de discussão

  • Uso de Tecnologias 3D em local de crime – Alexandre Deitos

Mesa redonda

  • Autonomia da perícia – Willy Hauffe
  • A Rede Integrada de Banco de Perfis Genéticos em uma perspectiva internacional – Ronaldo Carneiro e Carlos Eduardo Martinez de Medeiros
  • O que a Justiça espera de nós? Expectativas x Limitações nos exames documentoscópicos – Erick Simões
  • Perícias em explosões e incêndios: Atuação dos Peritos Criminais e demais integrantes da Segurança Pública – João Luís Moreira de Oliveira

Palestras

  • Uso do detector de metais para discriminar vestígios balísticos em local de crime – José Arthur de Vasconcelos Neto
  • Integração de áreas periciais e de tecnologias para elucidação de dinâmica em local de múltiplas mortes – Carlos Eduardo Palhares Machado
  • Catinonas sintéticas apreendidas pela Polícia Federal: estatísticas de apreensão e metodologias analíticas aplicadas – Gilberto Lúcio Benedito de Aquino
  • Uso de isótopos forenses no combate aos crimes contra a fauna – Fábio Costa
  • Genealogia Genética Forense: Contexto atual no Brasil – Carlos Eduardo Martinez de Medeiros
  • De Genes a Retratos: Desafios técnicos e legais para implementação da Fenotipagem Genética no Brasil – Ronaldo Carneiro da Silva Junior
  • Uso de marcadores moleculares na identificação de espécie nos crimes contra a fauna – Carlos Benigno Vieira de Carvalho
  • Utilização do SINAB como ferramenta no combate a organizações criminosas – Domínio de Cidade – Lehi Sudy Dos Santos
  • Valoração ambiental – David Pavanelli
  • Batimetria com drone aquático e modelagem de cavas inundadas de mineração – Fernando Nascimento Santos
  • Novas ferramentas do Brasil MAIS – Diogo Otávio Scalia Pereira
  • Uso de marcadores moleculares no combate ao tráfico de animais silvestres – Carlos Benigno Vieira de Carvalho
  • Perícias em jóias, gemas e metais nobres – Fernanda Ronchi
  • Perícias em bens do patrimônio histórico, artístico e cultural – Marcus Andrade
  • Conclusões Grafoscópicas – Priscila Dias Sily
  • Drogas, ouro e fraudes. A perícia contábil no caminho do dinheiro – Vitor Gomes Figueiredo
  • Exames Periciais de Fraudes em Investimentos de RPPS/EFPC no Mercado Financeiro – João Cláudio Nabas
  • Pesquisa e Inovação na perícia: Horizontes e desafios – Evandro Mário Lorens
  • Inteligência Artificial na Engenharia Forense – José Alysson Dehon Moraes Medeiros
  • Fraudes envolvendo licitações e contratos de Engenharia: aspectos regionais – Antonio José Gurgel Lopes e José de Carvalho Azevedo Filho
  • Inteligência artificial: Descartabilidade do Perito Criminal ou Oportunidade de Melhoria? – Gustavo Pinto Vilar
  • Perícia em Criptomoeda – Pedro Monteiro da Silva Eleutério
  • O uso do reconhecimento facial em tempo real para prevenção de feminicídio – Clenio Guimarães Belluco
  • Crimes cibernéticos nas redes sociais – Andreia Stanger
  • Flashover e efeito sobre as marcas de queima – Carlos Alberto Trindade
  • Perícia de Incêndio: O Impacto das Baterias como Fonte de Ignição – Daniel França de Oliveira Melo
  • Incêndio em Edificações em Construção – Cláudio Bastos Heine
  • Coleta de Vestígios Digitais Voláteis de Computadores em Locais de Crime Contra a Vida – Evandro Dalla Vecchia

Confira as fotos do evento: