A Polícia Federal inaugurou, nessa 3ª feira (15/12), as novas instalações do Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília, local de atuação dos peritos criminais, que concentra laboratórios para exames forenses. Com a obra de ampliação e reforma do prédio, o INC passa a ocupar 6 blocos, totalizando uma área de mais de 30 mil metros quadrados.
Uma das novidades é que o INC passa a ser, oficialmente, um Centro Nacional de Difusão de Ciências Forenses. A ideia é usar a estrutura da perícia criminal federal para capacitar profissionais das forças de segurança de todo país por meio de cursos, treinamentos, capacitações e cooperação internacional.
O Instituto, que já contava com reconhecimento e certificações internacionais, passa a ter estrutura comparável a de países como EUA, Inglaterra e França. Os laboratórios antigos passaram por reforma e mais de 50 novos laboratórios foram construídos do zero. A PF também adquiriu novos equipamentos modernos e de alta tecnologia para auxiliar nos exames periciais. Os laboratórios estão localizados nas áreas centrais do prédio e foram idealizados em vidro, de forma que o visitante poderá observar o trabalho realizado pelos peritos criminais federais.
Para o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), a idealização deste projeto coloca a perícia criminal federal e a Polícia Federal em um nível ainda maior. “A valorização da ciência é muito importante e, por meio dessa ferramenta, temos auxiliado na prevenção e no combate à criminalidade. Com este novo centro, será possível tornar o trabalho da perícia criminal federal ainda mais eficiente e aumentar a capacidade dos exames periciais”, destaca.
O INC, referência mundial na área de criminalística e ciências forenses, é o órgão central da perícia criminal federal. O Instituto abriga laboratórios de 14 setores e serviços de perícias especializadas, com capacidade para atender demandas de Medicina e Odontologia Legal, Perícias Externas, Local de Crime, Bombas e Explosivos, Meio Ambiente, Engenharia Legal, Eletrônica e Audiovisual, Informática, Genética Forense, Documentoscopia, Química Forense, e Geoprocessamento (incluindo o centro operacional do Programa Brasil M.A.I.S), Merceologia e Crimes Financeiros.
O diretor Técnico-Científico da PF, Alan Lopes, ressaltou que a obra não seria possível sem a importante participação de todos servidores do Instituto, peças-chave para a conclusão do projeto. “Efetivamente, já atuamos como Centro Nacional de Difusão de Ciências Forenses. Cumprimos a meta e queremos muito mais. Queremos explorar outros desafios, seguindo a marcha imparável da ciência”, afirmou.
Os laboratórios da área de meio ambiente, por exemplo, são todos novos, dentre eles o de isótopos forenses. O setor de Engenharia Forense também passou por modernização e ganhou um laboratório de asfalto, solo e concreto – uma das maiores fontes de desvio de dinheiro em obras públicas no país.
Outros laboratórios foram ampliados e modernizados, como é o caso do Laboratório de Genética Forense, possibilitando aumento da capacidade de atendimento da área. Foram criados ainda núcleos de especialidades para atender as demandas dos estados que não possuem estrutura para atendimento.
Novos projetos
Durante a cerimônia de inauguração do INC, também houve a assinatura do Termo de Cooperação Técnica entre a Polícia Federal e a Secretaria Nacional de Segurança Pública para a criação do Centro Multiusuário de Processamento Automatizado de Vestígios Sexuais. Foi lançado ainda o Sistema Integrado de DNA (SinDNA).
Exposição
Para celebrar a finalização da obra do Instituto, a APCF lançou no local do foyer do edifício a exposição “Perícia Criminal: Os Olhos da Justiça”, com fotos das áreas de atuação da perícia criminal federal.