Com o tema “Moderna integração entre a Ciência Forense e a Academia”, o Diálogos APCF iniciou a temporada 2021 com a participação dos peritos criminais federais Fábio Salvador e João Ambrósio e a diretora do Instituto de Geociências da UFBA, Olívia Oliveira. O presidente Marcos Camargo moderou o debate, que chamou atenção para os desafios da cooperação entre a perícia criminal e as universidades.
Camargo defendeu a participação da ciência dentro das políticas de segurança pública e a aproximação cada vez maior da academia com a criminalística para resolver a questão da criminalidade no Brasil. “Temos visto inúmeros exemplos de parcerias, de desenvolvimento científico, de colaboração. As universidades desenvolvendo metodologias, a própria perícia passando as suas necessidades e particularidades. Tem havido uma atuação conjunta que tem sido, na minha visão, muito profícua. E a situação da pandemia nos traz, mais do que nunca, a visão da importância da ciência em todas as áreas da sociedade, inclusive dentro da segurança pública, disse.
Ex-diretor Técnico-Científico da Polícia Federal, o PCF Fábio Salvador destacou a importância de uma verdadeira integração entre as áreas forense e acadêmica. “Há muitos anos tenho convívio com o meio acadêmico por conta dos meus estudos de graduação e pós graduação, entre outros. Sempre fui muito próximo da universidade, continuo próximo e seguirei assim. Estou atuando há 28 anos como perito criminal e vejo que essa integração era muito mais no sentido de troca do que uma real integração. Integrar é muito mais do que entregar algo e receber. Esse conceito de integração precisa ser ampliado. Temos, mais do que nunca, incentivar a verdadeira integração e não apenas uma troca de favores”, ressaltou.
A professora da Universidade Federal da Bahia Olívia Oliveira falou sobre sua atuação na instituição e também reforçou a relevância da troca de informações e experiência. “Sou uma das maiores incentivadoras dos acordos de cooperação para que tenhamos essa troca, mas uma troca de forma benéfica. Não apenas para ter algo assinado no papel. Nós precisamos incentivar ensino, pesquisa e extensão. Temos que ensinar, precisamos pesquisar e compartilhar. Precisamos despertar que o nosso trabalho pode auxiliar, sim, a área forense. Mas é necessário investimentos.”
O perito criminal federal João Ambrósio, presidente da Academia Brasileira de Ciências Forenses (ABCF), reforçou que é necessário aprimorar essa integração. “É relevante não só para desenvolvimento, não só para novas metodologias ou produtos. Mas até para olharmos para o passado e ter certeza do que está sendo feito é realmente correto cientificamente. Isso tem de vir da universidade. Essa aproximação da academia com a perícia é eficaz e indispensável.”
Assista à íntegra do Diálogos APCF: