O presidente da APCF, Marcos Camargo, explicou os riscos do reconhecimento facial feito sem protocolos rígidos e com ausência de exames posteriores por peritos criminais ao colunista Rubens Valente, do UOL, um dos mais premiados jornalistas investigativos do país. Camargo afirmou que prisões e condenações injustas são uma das consequências graves desse mal uso da ferramenta.
Segundo Camargo, o procedimento de o reconhecimento fácil, e a técnica de comparação facial, “é válida, tem sua relevância, mas precisa ser feita dentro de protocolos”. Camargo explicou que “o problema é que estão fazendo fora dos protocolos e sem a realização de exames periciais criminais, o que prejudica a credibilidade da ferramenta e gera prisões equivocadas”.
“O algoritmo do programa de computador indicará convergências e divergências. Mas o exame deve ser feito por peritos criminais dentro de certos parâmetros”, afirmou o presidente da APCF.
Os protocolos já são listados por um grupo de trabalho internacional denominado FISWG (Facial Identification Scientific Working Group), formado por profissionais do mundo todo, explicou Marcos Camargo. O FISWG recomenda que o responsável pela triagem não atue na perícia, de modo a afastar “viés cognitivo de contexto e de confirmação”.
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