Em debate sobre o caso Banestado e a Operação Lava Jato durante o 1º Fórum Nacional sobre Crimes Econômico-Financeiros, nesta 4ª feira (12/03), a juíza federal Gabriela Hardt frisou a importância das duas grandes investigações para o combate à impunidade no Brasil. “O Banestado foi o primeiro grande caso em que as partes investigativa e pericial eram muito bem fundamentadas e de forma inigualável”, disse.

A delegada federal Érika Mialik Marena, também participante da discussão, disse que a descapitalização do crime organizado deve ser uma prioridade no país. “Para certos tipos de criminosos, infelizmente só a cadeia não é suficiente para inibir a prática de novos crimes”. Atual chefe do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça, a delegada ponderou ainda que é preciso repensar o atual sistema criminal. “Necessitamos de mecanismos na legislação para impedir que uma pessoa condenada volte ao crime”, afirmou Marena.

Um dos primeiros peritos criminais a atuar no Banestado, Eurico Montenegro compartilhou suas experiências de atuação no escândalo. De acordo com o profissional, as investigações do caso devem ser reconhecidas como um grande precursor do rastreamento de recursos internacionais. “Não conhecíamos ou tínhamos acesso às contas no exterior. Quebramos um paradigma de condenar pessoas pelo crime do colarinho branco”, lembra o perito.

O debate sobre o caso Banestado e a Operação Lava Jato teve o diretor técnico-científico da Polícia Federal, Fábio Salvador.

 Foto: Enéas Gomez