Cerca de 4 mil policiais participaram do ato em favor de uma aposentaria justa na tarde de 3ª feira (21/5). Depois de uma concentração em frente ao Congresso Nacional os participantes do ato andaram até o Ministério da Justiça e Segurança Pública e deram um abraço simbólico no prédio cantando o hino nacional.
O ato público faz parte da agenda de mobilizações da União dos Policiais do Brasil (UPB) para esclarecer as autoridades e a sociedade que o texto da reforma da Previdência, da forma como está, coloca os profissionais da segurança pública em uma situação de insegurança e incerteza. Cruzes foram colocados no chão para representar os policiais mortos em serviço.
A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), integrante da UPB, esteve presente ao ato. O presidente da APCF, Marcos Camargo, destacou que a segurança pública não pode ser tratada como gasto porque é, na verdade, um investimento.
“A valorização da segurança pública passa pelo respeito a esses profissionais de sacrificam a vida em prol da sociedade. Não queremos privilégios. Queremos apenas manter direitos e garantias já conquistados. Essa proposta ataca a nossa dignidade, envelhece a polícia. E não é isso que o cidadão quer”, afirmou Camargo.
Reivindicações
Entre outros pontos, a UPB cobra a manutenção da atividade de risco policial na Constituição Federal, integralidade e paridade para todos os policiais, regras de transição justas, diferenciação entre homens e mulheres na idade e tempo de contribuição e pensão integral por morte em serviço ou em razão do serviço.
Integrantes da UPB vêm realizando há meses um trabalho de diálogo com parlamentares, líderes partidários e representantes do governo. Durante o movimento, deputados e senadores manifestaram apoio às emendas da UPB à reforma previdenciária.
O senador Marcos do Val (PPS-ES) criticou o tratamento dado para os policiais na reforma. “Nós sabemos da dificuldade que é ser policial no Brasil. Muitos dos novos políticos foram eleitos com a bandeira da segurança pública. Então, é o meu dever representar vocês no Congresso, fazer jus aos votos”, destacou.
A deputada Samia Bonfim (Psol-SP) também participou do ato público. Ela chamou a atenção para os retrocessos que a PEC pode trazer ao país. “A PEC 6/2019 é um grande retrocesso para todas as categorias de trabalhadores deste país, porque desconsidera as péssimas condições de trabalho que vários setores estão expostos.”
Já o deputado Hugo Leal (PSB-RJ) chamou a atenção para a proposta de reforma da Previdência destinada aos militares. Segundo ele, todas as categorias de segurança pública, sejam civis ou militares, merecem o mesmo tratamento. “Nós queremos que a segurança pública seja tratada da mesma forma. É necessário ter isonomia”, ponderou.