O delegado Felipe Eduardo Hideo Hayashi, da Polícia Federal, que integrou a força-tarefa da Operação Lava Jato, defendeu o fortalecimento da gestão de riscos, do compliance e da auditoria interna como forma de combate à corrupção e à lavagem de dinheiro nas esferas pública e privada. Ele foi um dos palestrantes nesta terça-feira (12/3) no 1º Fórum Nacional sobre Crimes Econômico-Financeiros, evento organizado pela Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), que acontece em Curitiba até quinta-feira.

Atual diretor do Departamento de Justiça da Secretaria da Justiça do Paraná, Hayashi chamou atenção para o que ele denomina de movimento global contra a corrupção, que ganhou fôlego no Brasil a partir de 2013 com a Operação Lava Jato. “A população começou a cobrar mais medidas contra esses crimes no país”, disse.

Hayashi também destacou a importância da criação e manutenção das leis, que vieram para punir os corruptos com mais rigor. “Esse avanço legal traz um controle interno maior e mais transparência”, completou. O delegado disse ainda que, a partir dessa revisão na legislação, é possível responsabilizar pessoas físicas e jurídicas e praticar diferentes sanções a estes entes. “As pessoas precisam entender que se elas não cumprirem as normas, vai ter um policial federal na porta dela esperando”, ponderou.

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Felipe dividiu suas experiências de trabalho na Lava Jato. Na avaliação dele, a operação é um marco histórico para a punição de indivíduos que praticam crimes financeiros. Como forma de mudança deste cenário de corrupção no país, Hayashi defendeu a otimização de ferramentas de cooperação entre os setores privado e público.

O consultor Alphonso Mehl também integrou o painel sobre compliance anticorrupção e lavagem de dinheiro. Ele contextualizou o tema com o mercado de instituições financeiras que teve casos muito notórios de fraude. Segundo ele, a realidade brasileira estimulou a mudança na gestão de controle que resultou na criação de uma primeira linha de defesa que é o controle do negócio em si, de supervisão e auditoria interna.

Já a auditora do Tribunal de Contas da União, Gabriela Costa e Silva, complementou que as três linhas de defesa – gestão de riscos, compliance e auditoria interna – são como camadas que se sobrepõem e se complementam. Ela focou a sua apresentação na área das estatais, em que mostrou um organograma de atribuições dentro da área de governança pública. “Ser compliance é muito maior do que estar compliance”, complementou a auditora. "O processo envolve a questão do prevenir, detectar e controlar", afirmou Gabriela.

Fotos: Enéas Gomez