Debater temas da atualidade que a sociedade clama por algum tipo de resposta e propor soluções na esfera da segurança pública. Esse foi o objetivo do 1º Encontro de Estudos de Criminalística, que aconteceu nos dias 6 e 7 de junho, no auditório do Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília.

Promovido pela Diretoria Técnica-Científica da Polícia Federal (Ditec), em parceria com a Academia Nacional de Polícia e apoio da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), o evento levantou a discussão sobre assuntos como criptomoedas, bancos de perfis genéticos, feminicídio e combate à crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. O diretor da APCF Evandro Lorens representou a entidade na mesa de abertura do encontro.

Para o diretor técnico-científico, Fábio Salvador, a iniciativa é uma oportunidade de aproximar a criminalística da realidade da segurança pública. “Diferentemente de outros eventos, esse tem como finalidade discutir temas quentes, para que possamos estar sempre estar à frente do assunto. Queremos que os participantes aproveitem o debate, reflitam sobre as questões e apliquem o conhecimento gerado em suas áreas de atuação”, afirmou.

Um dos palestrantes, o perito criminal federal Mateus Polastro chamou a atenção para a prática recorrente de pornografia infantil no Brasil e destacou as dificuldades para o combate desse crime contra crianças e adolescentes. “Como principais desafios nós temos, por exemplo, a Darkweb, que influencia na complexidade dos exames. A quantidade de solicitações e volume de dados são outros problemas. Por isso, a PF tem investido em inteligência artificial e outras técnicas para auxiliar nos exames.”

Silvino Schlickmann Junior, que já atuou na Interpol, destacou os principais riscos envolvidos no mundo virtual que, segundo ele, apresentam uma ameaça para os cidadãos. Outra perita federal a palestrar foi Aline Costa Minervino, que explanou sobre a evolução e perspectivas para os bancos de DNA.

O policial civil do Distrito Federal Marcelo Nunes Gonçalves falou sobre o auxílio à investigação do feminicídio. “A criminalística e a medicina legal estão aí para auxiliar o poder público na análise das provas periciais, fazendo com o autor possa ser devidamente sentenciado pela gravidade do crime de cometeu.”

Diretor do INC, Luiz Spricigo ressaltou a importância da discussão de assuntos atualmente relevantes. “A ideia é mostrar para a comunidade da criminalística que precisamos continuar avançando e buscando novas soluções e experiências”, disse.

Na avaliação da perita criminal federal Márcia Aiko Tsunoda, os assuntos abordados no encontro “envolvem um conhecimento técnico-científico grande” e que as soluções precisam ser pensadas em conjunto. “Portanto, é necessário que a perícia esteja sempre se atualizando para que possamos estar preparados para atender esse tipo de demanda”, finalizou.

Foto: DEILER PAULO