O perito criminal federal Gustavo Geiser participou, na 3ª feira (23/4), de audiência pública organizada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados para discutir os impactos da mineração na região do rio Tapajós, no Pará. O debate foi solicitado após denúncia de contaminação por mercúrio dos garimpos ilegais.

Geiser chamou a atenção para os graves problemas ambientais causados pela extração ilegal de minérios. Segundo ele, a atividade na região do rio Tapajós é majoritariamente artesanal e faz uso descontrolado do mercúrio.

“A nossa maior preocupação é com a alteração na qualidade da água. Em algumas regiões, por exemplo, não tem mais peixes. Então, as comunidades que tinham a pesca como fonte de alimentação passam a ficar dependentes do garimpo, porque precisam de uma fonte de renda para sobreviverem”, afirmou o perito criminal federal.

Geiser destacou um laudo feito pela unidade de perícia criminal federal de Santarém (PA), que revela que mais de 7 milhões de toneladas de lama com rejeitos das minerados são despejados no Tapajós por ano.

“Para comparação, o desastre da Samarco no Rio Doce derramou cerca de 84 milhões de toneladas de lama. A cada doze anos, a quantidade de lama derrubada no Tapajós é idêntica. É um volume bastante expressivo. Esse é o alerta do trabalho técnico que os peritos criminais tem feito dentro da Polícia Federal”, relatou.