O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) realizou, por solicitação do Ministério do Meio Ambiente, um diagnóstico sobre a situação do combate aos crimes relacionados à fauna, flora e florestas no Brasil. Nos dias 4, 5 e 6 de dezembro, a pasta promoveu reuniões para tratar do assunto. O perito criminal federal Rodrigo Mayrink, que é especialista da área de meio ambiente, participou dos encontros, representando o Instituto Nacional de Criminalística (INC) da Polícia Federal.

O diagnóstico faz parte de uma metodologia desenvolvida pelo ICCWC (International Consortium on Combating Wildlife Crime), uma aliança de cinco organizações intergovernamentais que trabalham para oferecer apoio coordenado às agências nacionais de aplicação da lei da vida selvagem. Fazem parte da entidade: o UNODC, a Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (CITES), a INTERPOL, o Banco Mundial e a Organização Mundial das Alfândegas (WCO).

O objetivo é traçar um panorama atual do Brasil no que diz respeito ao tráfico de animais silvestres, flora e madeira, e em seguida propor estratégias de melhoria nas ações de combate a esses crimes ambientais. O estudo possui uma metodologia específica, que é aplicada globalmente, em todos os países que requisitam o diagnóstico, por meio de um Kit de Ferramentas Analíticas para Crimes de Animais Selvagens e Florestas.

“O diagnóstico envolve uma reunião de três dias, com especialistas que atuam no combate a esses crimes, de várias instituições de todo o país, para avaliar uma série de aspectos relacionados às estruturas, procedimentos e capacidades dos órgãos públicos brasileiros para o enfrentamento desses crimes ambientais”, explica Rodrigo Mayrink.

Ao final de suas etapas de implementação, o Kit de Ferramentas Analíticas fornecerá às autoridades do governo, alfândega, polícia, órgãos ambientais e outras agências de aplicação da lei uma estrutura para melhor analisar, prevenir, detectar e combater os crimes contra a fauna a flora brasileiras, incluindo o tráfico de animais silvestres, a biopirataria e o comércio de madeira ilegal.