A Polícia Federal de Dourados (MS) realizou na última 5ª feira (21/1) a Operação “Viagem Santa” em busca de drogas em ônibus de turismo de fachada que seguiam para Aparecida (SP). Foram encontrados 8 veículos que seriam usados pela organização criminosa de tráfico interestadual de entorpecentes – 6 deles com vestígios de compartimento oculto.

Peritos criminais federais do Núcleo Técnico-Científico (Nutec) da cidade sul-mato-grossense participaram da operação e prepararam uma força-tarefa a fim de caracterizar os vestígios com celeridade procurando preservar a cadeia de custódia.

O grupo criminoso tinha como objetivo realizar viagens bancadas por um suposto pagador de promessas até Aparecida (SP), para que então fiéis visitassem a cidade e a quadrilha pudesse levar a droga, despistando as fiscalizações policiais com a viagem turística.

Chefe do do Nutec de Dourados, a perita criminal federal Nathália Mai de Rose relata detalhes do planejamento realizado pela equipe. “Atuamos estrategicamente, a fim de planejar a melhor técnica para realizar essas perícias de veículos com possíveis compartimentos ocultos de forma que não comprometesse a idoneidade da prova. Como eram 12 ônibus à princípio, não teria como armazená-los no pátio da delegacia para posterior exame pericial.”

Além de Dourados, foram cumpridos mandados em Deodápolis. Durante a operação, mais de R$ 10 milhões em bens móveis, imóveis da organização criminosa e de valores depositados em contas bancárias dos investigados foram sequestrados e bloqueados, além dos ônibus. Ao todo foram cumpridas 44 ordens judiciais.

“Durante o planejamento, além de distribuir o efetivo/contigente para o apoio, foi necessário acompanhar junto à investigação informações sobre as características e modelos dos ônibus, para levantar a configuração de fábrica desses veículos, bem como todos os outros dados que permitissem a identificação deles, a fim de irmos preparados para caracterizar possíveis compartimentos ocultos e/ou que pudessem ter sido usados para transporte de substâncias ilícitas”, destaca a PCF Nathália.

Segundo ela, o trabalho envolveu conhecer o caso, pois um dos ônibus, anteriormente, já havia sido apreendido com cocaína. “Dessa forma, já foi possível levantar alguns locais prováveis de compartimentos preparados para o transporte de drogas pelo grupo.”

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