O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos Camargo, destacou a necessidade de emprego científico para o combate à violência e à corrupção no Brasil. “O resultado do não emprego da ciência reflete uma taxa de elucidação de crimes pequena e uma crescente impunidade que resultam em um Estado desigual, carente e violento.” A declaração foi dada durante o primeiro dia do Fórum Nacional sobre Crimes Econômico-Financeiros nesta 3ª feira (12/03), em Curitiba.
Camargo destacou que a sensação de insegurança e impunidade está presente em todos os estados da Federação. Segundo ele, “o combate ao crime ficará enfraquecido sem o uso da ciência”. “Nos propomos a discutir o papel da área para o estabelecimento de novos protocolos de investigação e produção da prova, fortalecendo o país”, disse.
O presidente aproveitou a oportunidade para elogiar as medidas do governo federal para a área de segurança pública, enviadas pelo Ministério da Justiça recentemente ao Congresso Nacional. “Parecem vir ao encontro do que precisamos neste momento.”
Camargo ponderou que os profissionais da segurança não podem se “dar ao luxo de ignorar as diferentes visões do processo criminal”. Na avaliação dele, só é possível avançar se houver confronto de ideias. “Claro, que de forma respeitosa e construtiva”, complementou. “Perseguir o fim da impunidade depende, obrigatoriamente, da valorização da prova material, produzida com isenção e desprovida de subjetividades”, ressaltou Camargo.
Diretor-Geral da Polícia Federal, Maurício Leite Valeixo chamou atenção para o empenho dos peritos criminais nas investigações de crimes financeiros, destacando os avanços na área. “Reconheço o importante trabalho realizado por estes profissionais, pois estes tipos de crime demandam a realização de pericias complexas, exigindo a completa sinergia entre diversas áreas.”
Fotos: Enéas Gomez