Uma cerimônia no Monumento Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, nessa 3ª feira (25/1), marcou o início da campanha “Não Esqueça da Hanseníase”, que tem à frente Secretaria Municipal de Assistência Social, a Secretaria Municipal de Saúde e o Morhan (Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase). A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) é uma das apoiadoras da campanha.

Monumentos importantes do Rio ficarão iluminados de roxo até o final de janeiro para reforçar a importância da conscientização sobre a hanseníase, doença com cerca de 30 mil novos diagnósticos por ano no Brasil. O objetivo é estender as ações para todo país.

O presidente Marcos Camargo participou do lançamento da campanha e reforçou o apoio da APCF a questões sociais, de direitos humanos e da ciência. “É uma honra para a APCF apoiar a campanha. Somos uma instituição que embora tenha pautas mais relacionadas à segurança pública, também temos uma grande preocupação com essas questões. Como farmacêutico de formação, tive a oportunidade de conhecer o tema e ver a história de sofrimento e preconceito que foi impingida às pessoas acometidas pela hanseníase”, disse Camargo em discurso.

O presidente ainda destacou que o momento de valorização da ciência é uma oportunidade importante para conscientizar o país de que a hanseníase tem diagnóstico, tratamento e cura. “As pessoas acometidas pela hanseníase não só merecem, como devem, receber amor, carinho e atenção. E é preciso essa atenção do poder público para conscientizar as pessoas, combater o preconceito, promover a inclusão e buscar o diagnóstico precoce e o tratamento, evitar sequelas e, sobretudo, para que possamos erradicar e/ou eliminar essa doença”, disse.

O diretor da APCF Levi Costa, voluntário do Morhan, também participou do evento.

Além do Monumento Estácio de Sá, também serão iluminados de roxo outros pontos da cidade, como os Arcos da Lapa, o Monumento da Rocinha, a Câmara Municipal, a Cinelândia e o Castelo da Fiocruz. Até 31 de janeiro, serão realizadas ações de conscientização em áreas estratégicas no Rio. Nos próximos quatro meses, equipes dos órgãos e parceiros envolvidos na campanha farão rastreamento de casos da doença no Rio.

Brasil endêmico
Em 2020, por causa da pandemia, mais de 45% de casos novos deixaram de ser diagnosticados, incluindo um percentual elevado de crianças, e essas subnotificações preocupam os especialistas. O Brasil é endêmico, diagnosticando cerca de 30 mil casos por ano, sendo o segundo país do mundo em registros de casos, só suplantado pela Índia.

A maior incidência da doença é em áreas com menor índice de desenvolvimento humano (IDH). Além disso, entre os mais de 300 mil casos novos detectados no Brasil em dez anos (2010-19), quase 10% foram no grau mais incapacitante da doença, que provoca sequelas físicas irreversíveis. E 5,5% dos casos em crianças e adolescentes menores de 15 anos.

Morhan
O Morhan é uma entidade sem fins lucrativos que atua desde 1981, em todo o Brasil, e desenvolve atividades voltadas para a eliminação da Hanseníase e do estigma em torno da doença. Do contexto social, a instituição luta pelo respeito as pessoas atingidas pela Hanseníase e seus familiares.