O perito criminal federal Fábio Salvador, ex-diretor Técnico-Científico da Polícia Federal, participou, na 4ª feira (14/9), do painel “Desafios para a cadeia do ouro na Amazônia”, da EXPOSIBRAM 2022 – evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).
Responsável pela abertura dos debates, Salvador iniciou discorrendo sobre as apreensões de minerais extraídos ilegalmente pela PF, que aumentaram substancialmente nos últimos dois anos. O motivo, de acordo com ele, é que, no princípio da pandemia de covid-19, houve crescimento expressivo no preço do ouro.
“A grande problemática da extração irregular está no aumento dos preços do metal. Se o preço do ouro tiver aumento, o problema do garimpo ilegal pode se estender para outras regiões do Brasil”, explicou Salvador. “As maiores operações de apreensão de ouro extraído em garimpos ilegais são realizadas em Guarulhos, mas também acontecem em outras regiões”.
Salvador lembrou que, para combater a mineração ilegal, a Polícia Federal desenvolve um programa dentro do Ministério da Justiça e Segurança Pública chamado “Brasil Mais”, que possibilita o acesso a imagens de satélite de alta resolução, aplicando a geotecnologia às funções de polícia judiciária e administrativa.
“Outro programa estruturado pela PF é o ‘Ouro Alvo’ – que trabalha a rastreabilidade do ouro pelo Brasil e pela América Latina. Assim, descobrimos de onde veio o ouro e para onde está indo. Pelas características do material, é possível saber, inclusive, de onde o ouro foi extraído”, completou o perito.
Outros participantes do evento foram o presidente do Ibram, Raul Jungmann, o presidente da Kinross Brasil, Gilberto Azevedo, e o presidente do Instituto Concertação pela Amazônia, Roberto Waack.