O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Willy Hauffe, defendeu um regime jurídico e previdenciário que leve em consideração as peculiaridades dos profissionais de segurança pública. A afirmação foi feita durante audiência pública promovida pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime da Câmara dos Deputados nessa 4ª feira (17/5).
A audiência contou com a participação de 15 entidades representativas da segurança pública, e debateu as peculiaridades, regime jurídico e previdência dos servidores civis policiais. Hauffe chamou atenção para os retrocessos da Emenda Constitucional 103 que, segundo ele, trouxe desincentivos às carreiras policiais com a retirada de importantes direitos.
“Eu cito aqui os perícia criminal, que necessita de profissionais qualificados em seus quadros. Hoje, é muito mais cômodo a pessoa permanecer numa universidade, fazendo pesquisa ou sendo professor do que ser um perito criminal federal, por exemplo. Ele vai se aposentar mais cedo e talvez ganhe o mesmo tanto. A carreira vive um momento de total desincentivo. E isso atinge da mesma maneira os nossos colegas peritos estaduais também”, disse.
O presidente da APCF também reforçou a necessidade de ajustes na legislação para garantir a integralidade e a paridade para policiais, não previstos na EC 103. “Como está hoje, é extremamente precário”, afirmou. Ele defendeu ainda um regime especial para as mulheres.
Willy Hauffe também cobrou dos parlamentares ações céleres para a questão da saúde mental do profissional de segurança pública. Ele destacou que, só em 2023, seis policiais federais tiraram a própria vida, sendo dois peritos criminais federais.
“Sendo franco, hoje o policial tem medo de ir ao serviço médico e ser identificado com problema mental, perder a arma, ter uma aposentadoria proporcional e ter reduzir seu salário pela metade. A doença ocupacional mental é grave, depressão é o mal do século. Se o policial morre, a viúva sofre, a família sofre e muito pouco se faz”, finalizou.
Veja a participação do presidente Willy Hauffe na audiência pública: