A perita criminal federal Camilla Kafino publicou um artigo na Science & Justice Journal, uma das revistas científicas mais renomadas do mundo, da editora Elsevier. Na publicação, apresenta um estudo de prova de conceito sobre a determinação da origem geográfica do pau-brasil, utilizando impressões digitais isotópicas de estrôncio. Dividem a autoria do trabalho as pesquisadoras Isabela de Sousa e Cristina Barbieri, e os pesquisadores Artur de Amorim e Roberto Santos.
O artigo é o primeiro publicado como resultado do trabalho de doutorado da perita criminal federal, que tem como tema central a aplicação de isótopos de estrôncio para atribuição de origem de madeira. “Minha tese é para a definição de um protocolo forense que possa ser usado nos casos em que precisamos saber a origem de alguma madeira”, explica Camilla.
A perita criminal federal faz parte do programa de pós-graduação da Ciências Ambientais da Universidade de Brasília (UnB) a está atuando em um projeto de colaboração da instituição brasileira com a Université de Pau et des Pays de l’Adour (UPPA), da França.
“A exploração ilícita de madeira no Brasil é um grande problema. Nesse contexto, a exploração ilícita do pau-brasil representa um desafio significativo no Brasil, dado o seu valor substancial na produção global de arcos para instrumentos musicais. Para abordar a proveniência da madeira, o uso de proporções de isótopos de estrôncio como indicadores de assinaturas rochosas emergiu como uma ferramenta robusta em investigações forenses”, aponta o artigo.
No estudo, os autores inovam a já conhecida metodologia de atribuição de proveniência de materiais a partir do uso da assinatura isotópica de estrôncio atribuindo origem de madeiras a partir desses dados e avaliam criticamente a eficácia desta abordagem no método proposto que utilizou dados de isótopos de estrôncio de solos e árvores originários do Parque Nacional do Pau Brasil, na Bahia e de planos de manejo de pau Brasil, no Espírito Santo.
“A metodologia proposta é direta e assertiva, a discussão aprofunda as nuances dos dados isotópicos e traz os parâmetros para definir os limites para caracterização isotópica de uma área suspeita, enfatizando a importância do conhecimento geológico resultando em uma avaliação mais abrangente e confiável da origem da madeira”, concluem os autores.
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