O perito criminal federal José Alysson Medeiros lançou, nesta quarta-feira (4/12), o cordel “O Inglês, o Francês, os Baianos e o Mistério do Planeta”, durante celebração do Dia do Perito Criminal, no Setor Técnico-Científico da Polícia Federal na Paraíba (Setec-PB). A obra, publicada com o apoio da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), reafirma a contribuição do autor para a divulgação da ciência forense por meio da literatura popular.
Conhecido por transformar temas técnicos em narrativas acessíveis, Alysson utiliza neste novo folheto uma estrutura singular: aproxima a física de Isaac Newton, a criminalística de Edmond Locard e a poesia musical dos Novos Baianos para refletir sobre o trabalho pericial e sobre a própria natureza dos vestígios. O cordel nasceu da audição de Mistério do Planeta, cuja ideia central — “a lei natural dos encontros” — provocou no autor um diálogo entre arte e ciência que se desdobra ao longo dos versos.
Uma viagem entre a maçã de Newton, o laboratório de Locard e a música brasileira
Na primeira parte do cordel, o leitor reencontra um jovem Isaac Newton às voltas com a célebre queda da maçã. A cena serve como porta de entrada para as Leis do Movimento e para o Princípio da Ação e Reação, apresentados com leveza e precisão poética.
O poema salta então para a Lyon do início do século XX, onde Edmond Locard inaugura o primeiro laboratório de polícia científica em um sótão. Alysson recria, em rimas, o nascimento do Princípio da Troca, que fundamenta a investigação moderna ao afirmar que todo contato deixa vestígios.
O encontro entre esses dois “gigantes” — um da física, outro da ciência forense — se completa no último ato, quando o cordelista costura os princípios de Newton e Locard com os versos dos Novos Baianos, interpretando “Eu deixo e recebo um tanto” como metáfora para leis naturais e percepções periciais. O resultado é uma síntese inusitada entre filosofia musical, história da ciência e prática investigativa.
Arte, ciência e criminalística
Na apresentação em prosa que abre o folheto, Alysson destaca a “plurissignificação” da arte em contraste com a objetividade da escrita científica, lembrando que também é possível “ver arte na ciência e ciência na arte”. Essa reflexão orienta toda a obra, que propõe ao leitor um olhar sensível sobre os fundamentos da criminalística sem perder o rigor técnico.
As ilustrações são assinadas pelos xilogravuristas Maria Edna da Silva (Edna) — artesã de Bezerros/PE que dá continuidade ao legado do mestre J. Borges — e Erick Lima, artista visual de Natal/RN ligado à Casa do Cordel, reafirmando a tradição estética que caracteriza os trabalhos do autor.
O cordel é dedicado aos profissionais da perícia criminal, definidos pelo autor como aqueles que enfrentam a violência para revelar a verdade “pela arte de usar a ciência”.
Durante o lançamento no Setec-PB, colegas e servidores da unidade prestigiaram a obra e posaram para foto ao lado do autor segurando o folheto recém-publicado.
Leia o novo cordel do perito criminal federal José Alysson Medeiros aqui:
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