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Retrocesso: Congresso muda lei dos bancos de DNA e ferramenta fica prejudicada

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O Senado Federal confirmou nesta 2ª feira (19/4), em sessão do Congresso Nacional, votação da Câmara dos Deputados pela derrubada dos vetos à Lei 13.964/19 (pacote anticrime). Dentre os dispositivos derrubados estão os que tratam sobre a coleta de DNA e permitiam maior amplitude das possibilidades de uso dos bancos de perfis genéticos (56.19.007 a 56.19.010).

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) atuou firmemente para esclarecer os parlamentares sobre a importância da manutenção dos vetos. Segundo o presidente Marcos Camargo, há uma preocupação com os prejuízos que a mudança na lei causará aos esforços de combate à criminalidade por meio da ferramenta. “A permanência dos vetos era necessária para que esses bancos pudessem continuar a ter impacto positivo sobre a persecução penal no Brasil, com desenvolvimento contínuo das suas capacidades”, diz.

Os vetos foram adicionados à Lei Anticrime em 2019 com o objetivo de aumentar o rol de crimes com coleta obrigatória de DNA, possibilitando que todos os condenados por crimes dolosos tivessem o DNA coletado. Ao final do trâmite no Congresso, no entanto, parlamentares diminuíram ainda mais esta possibilidade. Antes de ser sancionada, o Executivo então vetou os artigos prejudiciais aos bancos de perfis genéticos.

Confira o entendimento da APCF sobre os vetos:

  • A supressão da menção aos crimes hediondos na legislação representa um grave retrocesso à sistemática estabelecida no combate à criminalidade por meio do banco de DNA. Crimes como roubo, tráfico de armas e organização criminosa para ilícitos relacionados a crimes hediondos, que envolvem facções como PCC e Comando Vermelhor não poderão ser motivo de coleta de perfis genéticos. Além de prejudicar a elucidação de crimes, a derrubada dos vetos gera insegurança jurídica, haja vista que, desde 2013, condenados por crimes hediondos têm seus perfis genéticos armazenados e várias investigações já foram concluídas com base nesses dados.
  • Ao vedar a utilização da amostra biológica coletada para fins de fenotipagem e busca familiar, o desvendamento de crimes praticados por indivíduos que possuem perfil genético semelhante ao coletado, a exemplo de familiares, também fica prejudicado. A busca familiar também ajuda na identificação de estupradores quando o estupro resulta em gravidez, a partir do exame do feto ou do bebê;
  • A obrigatoriedade de descarte imediato da amostra biológica após a identificação do perfil genético poderá impedir a rechecagem do exame e o direito constitucional à ampla defesa;
  • A manutenção do veto presidencial ao item n.º 56.19.010 também seria necessária, tendo em vista que a coleta de materiais de referência deve ser supervisionada pela perícia oficial, mas não obrigatoriamente realizada por perito oficial, a fim de não gerar impactos logísticos ao funcionamento dos bancos genéticos.

“A derrubada dos vetos representa grande prejuízo aos bancos de DNA, pois impedirá o crescimento do sistema. No ano em que o banco ultrapassou a marca de 100 mil perfis cadastrados, lamentamos essa decisão. É um retrocesso aos esforços de combate à criminalidade”, avalia Camargo.

“Os bancos de perfis genéticos auxiliam a elucidar crimes, a verificar reincidências, a diminuir o sentimento de impunidade e a evitar condenações equivocadas. O uso do banco de perfis genéticos é uma alternativa eficaz contra a impunidade, que é uma propulsora da criminalidade em nosso país. O Brasil, infelizmente, não tem priorizado políticas sólidas, científicas e eficazes para a segurança pública”, complementa o presidente da APCF.

Senador Alessandro Vieira recebe pleito da APCF sobre vetos do DNA

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Em continuidade ao trabalho de esclarecimento do Senado Federal sobre a importância da manutenção dos vetos relacionados à coleta de DNA na Lei 13.964/19, o presidente Marcos Camargo reuniu-se nesta 6ª feira (16/4) com representantes do gabinete do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

Além de apresentar aspectos técnicos dos bancos de perfis genéticos, Camargo defendeu a continuidade eficaz da ferramenta. “Os bancos colaboram no aumento da taxa de resolução de crimes. O sentimento de impunidade é propulsor da violência no país. O caminho necessário a se percorrer, diante disso, é um só: o fomento de iniciativas como essa”, alertou.

“Para que o funcionamento pleno dos bancos de perfis genéticos seja alcançado, os vetos presidenciais precisam ser mantidos”, reforçou o presidente da APCF.

Os dispositivos estão em análise no Senado, após serem derrubados na Câmara dos Deputados. Além de se reunir com outros parlamentares, Marcos Camargo também já encaminhou ofícios a senadores pedindo que os artigos sejam mantidos na lei.

Leia também:
>>> APCF leva preocupações sobre mudanças na lei de DNA ao senador Ciro Nogueira
>>> APCF cobra manutenção dos vetos da Lei de DNA às lideranças do governo

APCF e UPB se reúnem com novo ministro da Justiça e Segurança Pública

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Integrantes da União dos Policiais do Brasil (UPB) foram recebidos nessa 5ª feira (15/4) pelo novo ministro da Justiça e da Segurança Pública, Anderson Gustavo Torres. O presidente da APCF, Marcos Camargo, participou do encontro, em Brasília.

Na ocasião, o grupo expôs a enorme insatisfação dos profissionais de segurança pública com os reiterados retrocessos que lhes vêm sendo impostos pelas mudanças legislativas e constitucionais. Além disso, foi apresentada a demanda de vacinação urgente a todos os integrantes dessas carreiras.

A UPB também levou ao ministro os motivos do inconformismo das categorias com o texto integral da Reforma Administrativa (PEC 32/2020) proposta pelo governo, em andamento na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados (CCJC).

O ministro se mostrou aberto ao diálogo e ressaltou a importância dos profissionais de segurança pública.

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Presidente da APCF apresenta demandas da segurança pública ao ministro

Na Câmara, APCF aponta riscos da Reforma Administrativa à segurança pública

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Em audiência pública na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, nesta 6ª feira (16/4), o presidente Marcos Camargo abordou os aspectos problemáticos da Reforma Administrativa, em especial aos policiais do Brasil. Ele afirmou que o momento é inoportuno para se discutir uma proposta como essa, quando o debate deveria estar voltado para o socorro eficaz às famílias que passam necessidades em meio à pandemia e para a vacinação em massa. 

“Nós temos uma Reforma Administrativa que não é para todos. É uma proposta que soa como revanchismo e nada que soa como revanchismo pode ser benéfico à sociedade. É claro que queremos um serviço público de qualidade, com entregas eficientes e adequadas à população. Um serviço público aprimorado e com eventuais ajustes, mas não dessa forma como é proposto”, afirmou Camargo. 

Na avaliação do presidente da APCF, o foco do projeto “parece ser uma perseguição ao servidor, sempre demonizado pela equipe econômica, que é o braço do mercado dentro do estado”. “Podem até entenderem de números, mas parece não entenderem nada sobre a dignidade humana, sobre civilidade, sobre serviço público e, muito menos, sobre segurança pública”, avaliou. 

Faltou debate
Marcos Camargo também chamou atenção para a falta de diálogos com os servidores públicos na elaboração da Reforma Administrativa. “Não foi discutida com os servidores. Gestada como sigilosa”, disse. Segundo ele, a proposta trouxe abordagem fiscalizatória que demoniza a despesa com pessoal e os servidores públicos e poderá gerar um desmonte do estado e das estruturas administrativas e de carreira. 

“O texto possui diversos pontos complicados aos profissionais de segurança pública. Dentre eles, extinção de estabilidade e período de estabilidade, redução de direitos, vedação de progressões, precarização dos vínculos de trabalho, criação e extinção de cargos, órgãos e ministérios por decreto, sem ouvir o parlamento. Além disso, faltam definições importantes sobre as carreiras típicas de estado”. 

Para concluir, Camargo reafirmou que o servidor público é essencial. “Há um esquecimento da importância dos servidores. Eles vão aos rincões mais distantes, onde a iniciativa privada não vai, não pode ou não quer ir, ajudam a aprimorar o estado, atendem aos mais carentes”, ponderou Camargo. 

“Essa reforma trará o caos para o serviço público, para a sociedade carente de atendimento público e para segurança pública como um todo”, finalizou.

Na mídia: imprensa destaca nota da APCF em defesa da perícia criminal federal

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A imprensa nacional repercutiu a nota pública divulgada pelo presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos Camargo, em defesa da perícia criminal federal. No posicionamento, a entidade presta esclarecimentos sobre os exames periciais no material digital apreendido com os hackers envolvidos na Operação Spoofing. 

Entre outros pontos, o presidente da APCF destacou que em nenhum momento o Laudo de Perícia Criminal Federal (Informática) n° 640/2021 – INC/DITEC/PF afirma que os dados contidos no material apreendido não são autênticos. “O que o documento informa é não ter sido possível atestar a integridade ou a autenticidade. Sob o aspecto forense, essa afirmação não se confunde com a determinação de inautenticidade, no todo ou em parte, dos dados”, aponta. Clique aqui para ler a íntegra da nota. 

Confira a repercussão da Associação:

Conjur – Peritos dizem não ser possível afirmar que material hackeado foi alterado

Conjur – Delegado da PF extrapolou laudo técnico ao contestar diálogos, avaliam peritos 

O Antagonista – Para atestar autenticidade de mensagens roubadas, peritos sugerem “recuperação nos equipamentos originais” 

O Globo – Peritos da PF avaliam que delegado fez ‘interpretação equivocada’ sobre autenticidade de diálogos da Lava-Jato 

Extra – Peritos da PF avaliam que delegado fez ‘interpretação equivocada’ sobre autenticidade de diálogos da Lava-Jato 

Yahoo – Peritos da PF avaliam que delegado fez ‘interpretação equivocada’ sobre autenticidade de diálogos da Lava-Jato 

Brasil 247 – Afastamento de delegado que distorceu perícia e investigação sobre Delgatti confirma isolamento dos lavatistas na PF 

CNMP e Coaf apoiam incluir peritos criminais federais na Enccla

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O procurador-geral da República, Augusto Aras, formalizou apoio do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) à entrada da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) na Enccla (Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro), principal rede de articulação de políticas de enfrentamento a esses crimes no Brasil.

Com assento no grupo, os peritos criminais federais poderão levar à formulação das políticas a experiência de quem produz os documentos científicos que embasam os casos criminais, alertando os colegas sobre as melhores práticas para evitar, ao fim dos processos, anulações e impunidades.

Em ofício, Aras informou que o CNMP foi favorável ao ingresso da APCF e que o “caráter técnico-científico” das atividades dos peritos criminais federais “será de grande valia para a consecução das ações da Enccla”.

A entidade também obteve retorno positivo do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O presidente da instituição, Ricardo Liáo, reforçou o “potencial de colaboração de natureza técnica” que a Associação pode oferecer aos trabalhos da Estratégia.

Já apoiam a APCF a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a Associação Nacional dos Procuradores dos Estados e do Distrito Federal (Anape), a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas (Atricon), a Associação Nacional do Ministério Público de Contas (AMPCON) e a Controladoria-Geral do Distrito Federal (CG-DF).

Para ser aceita como participante, a Associação precisa do aval do Grupo de Gestão Integrada da própria Enccla.

APCF Paraíba participa de protesto contra a falta de vacinas para as forças de segurança

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A diretoria regional da APCF na Paraíba participou de mobilização realizada por diversas forças de segurança pela aceleração no plano de vacinação dos policiais do Estado. O ato aconteceu na 5ª feira (15/4) e foi dividido em dois momentos: um na frente da residência oficial do governador e outro na sede do governo paraibano.

Além do protesto contra a falta de vacinas para todos os profissionais da segurança pública, o ato lembrou as mortes de policiais para a Covid-19 desde o início da pandemia. Nos dois locais de manifestação foram colocadas coroas de flores, representando os falecimentos dos servidores da área.

 

Senador Contarato recebe contribuições da APCF para projeto sobre ouro

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O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos Camargo, debateu nesta 4ª feira (14/4) o projeto de lei do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que tem como objetivo estabelecer parâmetros sobre a comercialização do ouro (PLS 836/2021). Em reunião com o autor da proposta, Camargo apresentou contribuições da criminalística federal para aperfeiçoá-la.

Também participaram do encontro virtual o perito criminal federal e ex-diretor técnico-científico da PF Fábio Salvador e os peritos criminais federais Erich Adam, Gustavo Geiser e Ricardo Moraes, todos estudiosos da área. Na oportunidade, o presidente da APCF chamou atenção para a questão da rastreabilidade do minério e os problemas ambientais causados pela exploração irregular. Entre as sugestões da entidade, está a implementação legislativa de um banco nacional de perfis auríferos.

“É necessário ter o melhor controle sobre o ouro extraído no Brasil, potencializando as ações contra a ilegalidade. O Brasil precisa de medidas que possam coibir o garimpo ilegal, além de criar mecanismos de fiscalização mais eficazes. Assim, poderemos dar maior rastreabilidade ao minério e até combater irregularidades associadas à cadeia produtiva do minério”, disse Marcos Camargo.

A proposta do senador Contarato ainda aguarda encaminhamento para as comissões do Senado. Camargo colocou a APCF à disposição para a discussão do texto.

Leia também: Diálogos APCF debate soluções para a mineração no Brasil

APCF esclarece sobre exames periciais em material digital apreendido na Operação Spoofing

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“A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) vem a público prestar esclarecimentos sobre exames periciais no material digital apreendido com os hackers envolvidos na Operação Spoofing.

1. Em nenhum momento o Laudo de Perícia Criminal Federal (Informática) n° 640/2021 – INC/DITEC/PF afirma que os dados contidos no material apreendido não são autênticos. O que o documento informa é não ter sido possível atestar a integridade ou a autenticidade. Sob o aspecto forense, essa afirmação não se confunde com a determinação de inautenticidade, no todo ou em parte, dos dados.

2. Em relação aos registros de “áudio e vídeo” o Laudo é claro ao afirmar que a autenticidade poderá ser avaliada por meio de exames específicos referentes à verificação de edição, identificação de locutor (da voz humana) e análise fotográfica. Esses exames envolvem outros métodos forenses, a cargo de outros serviços do Instituto Nacional de Criminalística (INC), que não foram solicitados pelo condutor da investigação.

3. Para definir a autenticidade dos dados de conversas contidos no material apreendido, o próprio Laudo esclarece que seria preciso:

a) Buscar características intrínsecas do arquivo questionado, dentre as quais assinaturas digitais e carimbos de tempo emitidos por autoridade certificadora ou resumos criptográficos eventualmente registrados em local considerado seguro e confiável; e

b) Confronto direto do conteúdo do arquivo questionado com o conteúdo do arquivo padrão (amostra do arquivo digital cuja procedência ou integridade possa ser atestada por meios independentes do material examinado) que, no presente caso, seriam constituídos por arquivos fornecidos diretamente por empresa responsável pelo armazenamento dos arquivos em nuvem ou dos arquivos com cópias armazenadas em sistemas governamentais.

4. A recuperação de dados diretamente dos equipamentos originais, observada a cadeia de custódia, é uma prática forense utilizada para auxiliar a verificação de autenticidade dos dados. Contudo, os materiais para essa finalidade não foram apresentados à perícia criminal, não tendo sido objetos de exame.

5. A verificação da não existência de algumas das características acima apresentadas ou a impossibilidade de se processarem determinados exames, notadamente em razão de não ser possível a obtenção/recuperação de certos elementos, não permite e nem autoriza livre interpretação quanto à conclusão por um resultado de autenticidade ou não dos dados.

6. A perícia criminal federal é responsável por analisar os vestígios de modo técnico e científico, com isenção e equidistância das partes e em consonância com os procedimentos de cadeia de custódia previstos pelo Código de Processo Penal (art. 158 e ss.), aplicáveis tanto para vestígios oriundos de locais de crime como também os arrecadados nas buscas e apreensões. Ainda, os peritos criminais atuam sem qualquer comprometimento com eventuais teses e/ou linhas investigativas referentes à condução da investigação.”

Marcos Camargo, presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF)

APCF na mídia: Lorens explica análise pericial em celulares ao Fantástico

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Especialista em informática forense, o diretor da APCF Evandro Lorens concedeu entrevista ao Fantástico, da TV Globo, e falou das metodologias aplicadas na análise pericial digital. O programa desse domingo (11/4) mostrou a tecnologia usada pelos peritos criminais do Rio de Janeiro na análise dos dados do smartphone de Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, morto em março.

“Tem um banco de dados dentro do celular onde ele guarda todas as mensagens, fotos, vídeos, tudo que tiver sido processado dentro do aplicativo, então esses bancos de dados passaram a conter informações úteis para o trabalho da perícia de responder determinada pergunta”, disse Lorens.

Confira a reportagem completa.

Leia também: À Record, Evandro Lorens fala sobre busca de vestígios em crimes digitais

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