O diretor da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) Erich Adam participou, na 3ª feira (18/4), de audiência pública promovida pela Comissão Temporária Externa do Senado Federal criada para acompanhar a situação dos Yanomami e a saída dos garimpeiros. Na oportunidade, foi debatido sobre a rastreabilidade da lavra e comercialização do ouro com objetivo de auxiliar na resolução do conflito existente em terras indígenas.
Erich destacou as ações da PF para combater a mineração ilegal e a importância do trabalho da perícia criminal no desenvolvimento de ferramentas científicas para identificar a origem do ouro. Além de chefe do Setor de Perícias em Geologia da Polícia Federal, o perito criminal federal faz parte da equipe que gerencia o Programa Ouro Alvo.
“Ao contrário do que muitos pensam, já há sim formas de fazer a rastreabilidade do ouro, inclusive aqui no Brasil. É o que estamos fazendo na Polícia Federal. Usamos ciência para trazer resposta e identificar a origem do ouro que é apreendido no país. Por meio da ciência, conseguimos traçar o perfil químico do minério e saber de onde ele veio, seja do Brasil ou de outro país”, destacou.
A rastreabilidade forense do ouro para identificar a origem do metal é o principal objetivo do Programa Ouro Alvo, como reforçou Erich. “A ciência, sim, está no nível de trazer as respostas que precisamos e auxiliar nesta questão tão cara ao país. Não é algo impossível”, disse.
O perito federal também citou outra ferramenta bem-sucedida da Polícia Federal que tem auxiliado no combate ao ouro ilegal: o Programa Brasil MAIS (Meio Ambiente Integrado e Seguro). A iniciativa visa dar maior capacidade de cobertura diária de imagens em alta precisão de todo o território nacional e auxiliar, também, no monitoramento de crimes ambientais.
“Nós, peritos criminais federais, apresentamos uma abordagem inovadora para rastrear a proveniência do ouro no Brasil, através de uma combinação de imagens de satélite, por meio do Brasil MAIS, além da análise laboratorial de amostras de ouro a partir de métodos científicos”, orientou Erich.
“Essa abordagem é dividida em três etapas e permite a identificação do ouro ilícito, a certificação da origem declarada do ouro proveniente de operadores ilegais e a identificação do local de origem da jazida”, acrescentou.
O diretor da APCF também apresentou dez propostas para aperfeiçoar a fiscalização do ouro no país.
Veja a íntegra da audiência pública: