Mais do que se dedicarem à criminalística, muitos peritos criminais federais encontram no esporte uma forma de desopilar e até superar limites. Lys Rosita Boeira Locatelli, Eduardo Marafon e Osvaldo Dalben Junior, por exemplo, têm em comum a paixão pela natação. Eles levaram a modalidade tão a sério que hoje competem pelo mundo afora, colecionando medalhas e reconhecimentos.
Lys, Marafon e Dalben participaram, em dezembro de 2021, do Campeonato Sul-Americano de Natação, que aconteceu no Rio de Janeiro. Nesta competição, em especial, os peritos criminais federais conquistaram várias medalhas que os colocaram na relação Top 10 Brasil 2021, que relaciona os 10 melhores nadadores em cada prova e em cada categoria todos os anos.
Confira os resultados dos peritos na competição:
Lys Rosita Boeira – Categoria 65+
– Campeã 50m livre (com recorde brasileiro)
– Campeã 50m e 100m costas
– 4° lugar 200m livre
Eduardo Marafon – Categoria 35+
– 4° lugar 200m livre e 50m costas
– 5° lugar 50m livre e 100 e 200m medley
– 6° lugar 100m livre
Osvaldo Dalben Junior – Categoria 45+
– Campeão 50m costas
– Vice-campeão Revezamento 4x50m medley
– Bronze 100 e 200m costas e 100m livre
– 6° lugar 50m livre
O trio também costuma participar dos JOIDS (Jogos Nacionais de Integração da PF) e de outras competições policiais nacionais e internacionais. Fora da PF, todos ainda participam de equipes de natação master e de campeonatos estaduais, brasileiros, sul-americanos, pan-americanos e mundiais.
Mais que um hobby
Atualmente aposentada, Lys é engenheira civil e entrou na Polícia Federal em 1995, sempre lotada em Curitiba (PR). Para ela, a prática do esporte é muito mais que um hobby. “A natação faz parte da minha vida, já participei de vários campeonatos, por isso eu não chamaria de hobby. É o meu esporte e treino bastante, todos os dias”, diz.
“Hoje estou aposentada e posso me dedicar um pouco mais, mas para quem ainda está na ativa, esses treinamentos intensos são bem complexos, usualmente em horários da madrugada ou noite”, afirma a perita federal aposentada.
A natação também faz parte da vida de Eduardo Marafon há quase 30 anos. Formado em Química, é perito criminal federal desde 2007 e está lotado em Curitiba. Ele concilia a rotina de treinos diários com a carreira policial. Entre os países que Marafon competiu estão China, Irlanda do Norte, Estados Unidos, Colômbia e Emirados Árabes. Na maioria das competições, conquistou medalhas.
“A natação pra mim é como uma válvula de escape, é na água que eu cuido do corpo e da mente, desestresso, além de proporcionar conhecer lugares e fazer amigos no mundo todo”, ressalta Marafon.
Dalben também é um campeão. Iniciou na natação aos 9 anos, para tratar a asma. Em pouco tempo, segundo ele, se identificou com o esporte e segue firme e forte até hoje, aos 46. “Cheguei a competir em alto nível, como federado, até os 18 anos”, diz. Com o ingresso na faculdade, ele deixou a modalidade um pouco de lado, mas não teve jeito: a natação falou mais alto e decidiu voltar. Perito criminal federal na área de Informática desde 2007, hoje Dalben está lotado em Salvador (BA) e treina cinco dias na semana, antes ou depois do expediente.
“Para mim, é hobby e terapia ao mesmo tempo. Com a prática da natação, eu sinto melhora em vários sentidos na minha vida, no corpo, na mente e no social. Os resultados nas competições acabam vindo naturalmente com a dedicação e o amor pelo esporte. Acho interessante a forma como a pandemia acabou sendo um fator crucial para que eu voltasse ao circuito competitivo”, detalha o perito federal.
Amigos de profissão e caminhada no esporte, os peritos criminais federais e atletas agora se preparam para representar a PF nos Jogos Mundiais de Policiais e Bombeiros, que acontecem em julho, na Holanda.