A perita criminal federal Maria da Conceição Cavalcante Lucena e o perito criminal federal Thiago Lopes publicaram artigo na revista científica Journal of Brazilian Chemical Society sobre o uso da técnica de difração de raios X de monocristal para caracterização de novas substâncias psicoativas em aplicação forense.
Também assinam o artigo Karen Lopes e Nágila Ricardo, do grupo de pesquisa da Pós-graduação de Química, bem como Alejandro Ayala e Laura Vidal, do grupo de pesquisa da Pós-Graduação em Física da Universidade Federal do Ceará (UFC). Autora principal da publicação, Conceição é pós-doutora pela instituição de ensino cearense e gestora da área de Química Forense do Setor Técnico Científico da Polícia Federal no Ceará (Setec-CE). O trabalho é fruto do estudo do seu pós-doutorado em Química Forense, que abordou as novas substâncias psicoativas.
“Mentes criminosas criam substâncias psicoativas (NSP) para driblar o Sistema Regulador de Drogas. Sistemas de Alerta Rápido (SAR) foram instituídos em todo o mundo para combater esta prática. O governo brasileiro começou a estabelecer o SAR em nível nacional desde agosto de 2021. O papel dos laboratórios de análise de drogas de abuso no SAR é muito importante e os peritos que trabalham em laboratórios forenses são os primeiros a detectar NPS e quaisquer alterações nas estruturas moleculares de drogas já conhecidas”, destaca o artigo.
Segundo a publicação, “é necessário utilizar técnicas de análise confiáveis para identificação inequívoca”. “O objetivo deste trabalho é utilizar a difração de raios X (DRX) de monocristal para detectar a presença de NSP e elucidar sua estrutura molecular utilizando cristais únicos extraídos de um selo apreendido.”
“A DRX também é útil para preparar substâncias de referência para serem incluídas nos bancos de dados de espectroscopia de infravermelho transformada de Fourier (FTIR) e espectrometria de massa, que são algumas das técnicas de rotina mais relevantes em laboratórios forenses. Essa abordagem foi utilizada para estudar a NSP do tipo 25R-NBOH e o 25I-NBOMe utilizando espectroscopias de DRX, FTIR, Raman e ressonância magnética nuclear. Os resultados mostraram que métodos que estudam a estrutura molecular devem ser utilizados para elucidar uma NSP de forma inequívoca e o potencial do uso da DRX na área forense como método de referência”, aprofunda o artigo.
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